hipnose clinica hipnoterapia ericksoniana tradicional sorocaba socorro santos online hip brain hypnus cerebro forca mente inconsciente terapia coaching pnl curatividade - Hipnose Clínica

As manifestações da hipnose ocorrem na vida diária sem que a maioria das pessoas perceba. Quando assistimos a um filme no cinema ou na televisão e estamos realmente gostando, nós nos emocionamos com as cenas do filme. Podemos rir, chorar, ficar revoltados ou alegres com determinadas cenas.

A frequência cardíaca pode aumentar em determinadas sequências do filme; em outras pode ocorrer sudorese nas mãos, redução do ritmo respiratório. Nesses momentos em que nossa atenção está focalizada nas cenas (sugestões visuais, verbais, extraverbais, subliminares), respondemos a elas segundo nossa imaginação, segundo o conteúdo das próprias cenas e segundo nossas experiências passadas (estamos hipnotizados).

Durante essas cenas nosso juízo crítico deixa de analisar se estão passando 24 quadrinhos por minuto na tela, ou se a resolução da imagem é de 240, 336, 425, 724 ou até 1.000 linhas horizontais no monitor da TV de alta definição, ou se as cenas foram feitas com miniaturas dentro de um computador, ou se outras pessoas estão conversando. Não ficamos pensando que é apenas um conto, nós nos envolvemos com as cenas, sentimos as cenas com todos os nossos sentidos, e muitas vezes deixamos de ouvir ou de prestar a atenção num barulho estranho ao filme como o som da campainha da nossa residência  (…)

Por outro lado, as manifestações da hipnose apresentam-se como atos não do consciente, mas sim do subconsciente, como aquelas experiências que aprendemos no passado e ficaram gravadas no nosso cérebro, e no presente instante não estão conscientes, mas que podem ser acessadas quando necessitarmos. As manifestações da hipnose podem também brotar das aferências armazenadas no subconsciente, mesmo que tenham ido para o subconsciente aparentemente sem a percepção e o criticismo do consciente. Quando estamos dirigindo nosso carro de casa para o trabalho, prestamos atenção consciente ao trânsito, contudo, a direção do carro é realizada em nível subconsciente. Nós não ficamos conscientemente   engatando as marchas e pisando no freio. Assim mesmo, enquanto dirigimos o veículo prestando atenção ao trânsito, uma série de estímulos chega ao nosso cérebro sem tornar-se consciente nesse exato momento e pode ser armazenada em algum lugar do encéfalo.  (…)

Analogamente, corresponde ao tratamento bem-sucedido pela hipnose quando, por exemplo, o paciente reprogramou seu modo de alimentar-se para tornar-se e permanecer esbelto; quando, por meio da hipnose, ampliou sua capacidade de aprender e relembrar o aprendido ou eliminou uma fobia” (FERREIRA, 2003, p 1 e 2)

Como podemos concluir da citação acima, a hipnose é um estado natural que acontece o tempo todo com todos os seres humanos na vida cotidiana, especialmente quando as situações absorvem nossa atenção e “desligam” o mecanismo crítico da mente. Esse estado pode ser gerado e utilizado inteligentemente a fim de potencializar o que um indivíduo já faz de forma satisfatória ou atuar clínica e terapeuticamente.

William T. Heron, em seu livro Aplicações cínicas da sugestão e da hipnose, 1958 diz a hipnose é e deve ser considerada como um fenômeno psicológico natural, e o papel do hipnotista é, simplesmente, o de um instrutor ou professor que auxilia o paciente a realizar o estado de hipnose” (1958, p 51 citado por FERREIRA 2003 p 8).

Dentro da definição de hipnose que seguimos “está qualquer forma de comunicação em que uma ou várias pessoas, seja um hipnotizador, esposa, marido, professor, ou? usa palavras, tonalidade, expressões ou movimentos que provocam e/ou evocam na outra pessoa uma experiência interna e essa experiência se torna uma realidade em si” (Heller, 2012, p 26) Mas também pode-se aceitar a definição de que a hipnose seja um estado entre a vigília física e o sono “em que a consciência do indivíduo diminui, enquanto aumenta a consciência sobre processos, sensações, pensamentos e imagens interiores” (Heller, 2012, p 26).

Simplificando a definição de hipnose temo que ela é “tudo que encoraje ou precipite um estado de introspecção em alguém, que gere uma experiência interior, que se torne mais profunda ou importante do que a realidade consensual externa” (Heller, 2012, p 28).

Trazemos então a importância do estudo da hipnose e da comunicação para a prática clínica, onde trabalhamos diretamente com a experiência interior do indivíduo. À essa prática denomina-se Hipnoterapia.

Presente no campo da medicina, odontologia, vendas e esportes a Hipnose é cada vez mais conhecida e reconhecida e seus efeitos comprovados. É utilizada também como coadjuvante no tratamento de enfermidades físicas. “[o sistema imunológico] pode ser favorecido e programado por atos conscientes. De acordo com as novas pesquisas, técnicas variadas, tais como imagens específicas, sentimentos positivos, sugestões, aprender como reagir a fatores estressantes de modo relaxado, tem o potencial de aumentar a capacidade do sistema imunológico no sentido de se contrapor à doença. Estudos muito recentes demonstram que o sistema imunológico está sob controle direto do sistema nervoso central, particularmente as regiões do cérebro envolvidas na transmissão da imagem corporal” (ACHTERBERG, p 16, 1996)

Podemos notar que a Hipnose e a Hipnoterapia estão presentes de alguma forma em todas as técnicas terapêuticas citadas neste trabalho e muitas outras áreas como até mesmo nos atos banais e diários. E, para abranger historicamente e conceitualmente a hipnose, transcrevemos a seguinte citação de Marlus Vinicius Ferreira:

“O conceito de hipnose e as tentativas para explicar o que exatamente ocorre durante a hipnose variam com o passar do tempo. Cada cultura tem usado a hipnose de uma forma ou de outra, e tem passado seus conhecimentos adiante para outras culturas. A base fundamental da comunicação hipnótica é a sugestão sob suas diferentes formas e diferentes aspectos. A prática do que hoje chamamos hipnose ou hipnotismo vem da mais remota antiguidade. A evidência mais primitiva da existência da hipnose foi encontrada entre os xamãs, que eram também referidos como “doutores bruxos”, “homens de medicina”, ou “curadores”. Os xamãs, que são quase sempre homens, usaram (e seus remanescentes ainda usam) muitas técnicas de visualização para curar seus pacientes ou para amaldiçoar seus inimigos. Há ainda alguns remanescentes xamãs na África, Lappland, Havaí, ao longo do Alto Amazonas na América do Sul, nos primitivos da Austrália e mesmo entre índios norte-americanos.2 Para o antropólogo Michael Harner que pratica a cura xamânica desde 1961, e que recebeu o doutorado da Universidade de Kerkeley, a palavra shaman, na língua original da tribo Tungus da Sibéria, refere-se a uma pessoa que faz a viagem para a realidade não ordinária, num estado alterado de consciência. Para Mircea Eliade, xamanismo é a técnica de êxtase. Os xamãs alcançavam o estado alterado de consciência de várias maneiras, incluindo cantos, sons produzidos por tambores, movimentos do corpo, danças e plantas psicoativas. Há 2400 a.C. sacerdotes caldeus já eram tidos como capazes de transmitir fluidos por meio de passes, que colocavam em transe os sofredores. O hipnotismo foi a base das ciências ocultas no antigo Egito, na Grécia e na Índia. As manifestações da hipnose eram consideradas como “milagres” com que os feiticeiros, bruxos ou sacerdotes pagãos, dizendo-se mensageiros dos deuses, empolgavam o povo.6 No antigo Egito, que absorveu os conhecimentos dos Caldeus, nos chamados templos do sono, os enfermos eram pacientes de sugestões terapêuticas e passes mágicos. Um papiro dessa época (1552 a.C.), o papiro de Tebas (onde hoje se localiza a cidade de Luxor) e, portanto, com mais de 3.550 anos, conta técnicas de hipnose muito semelhantes às empregadas atualmente. Esse papiro, descoberto por Ebers e traduzido em 1860 por Chabas, é o mais completo registro conhecido da medicina egípcia, está na biblioteca da Universidade de Leipzig. Um baixo-relevo encontrado num sarcófago de Tebas mostra um sacerdote em pleno ato de indução hipnótica de um paciente.5 Este baixo-relevo ainda hoje pode ser visto no Museu Britânico, em Londres. Na Grécia no templo de Esculápio, o deus grego da medicina, os sacerdotes usavam processos semelhantes, invocando a presença daquela divindade para colocar os doentes em transe hipnótico. Na Índia, também são conhecidas manifestações do hipnotismo que chegaram aos nossos dias pelos Yogas. No século X o persa, de origem árabe, Abu-Ali-Hussain Ben Abdallah Ibn-Sina (Avicena 980 a 1036), que era filósofo e médico, foi o verdadeiro precursor da reflexologia pavloviana. Ele achava que a imaginação humana tinha poderes e forças, que podiam atuar não só sobre o seu próprio corpo, como também sobre o funcionamento corporal de outras pessoas. Avicena afirmava que pela palavra, pela vontade e pela persuasão muitos padecimentos poderiam ser curados” (Ferreira, 2003, p 7 e 8)

E ainda, segundo ele (Ferreira, 2008, p 8 e 9) os principais modelos conceituais sobre a hipnose e sua natureza são:

  1. Tratamento pelo ímã (Paracelso)
  2. Magnetismo animal (Franz A. Mesmer)
  3. Sonambulismo artificial (Armand M. J. de Chastenet, Marquês de Puységur)
  4. Sono lúcido (José C. de Faria)
  5. Hipnotismo (James Braid)
  6. Sugestionabilidade aumentada (Escola de Nancy)
  7. Escola da Reflexologia (Ivan P. Pavlov e sua escola)
  8. Comportamento dirigido (Robert W. White)
  9. Fenômeno psicossomático (Lewis R. Wolberg)
  10. Superconcentração da mente (Sydney J. Van Pelt)
  11. Exclusão psíquica relativa (Raphael H. Rhodes)
  12. Desempenho de um papel (Theodore R. Sarbin e William C. Coe)
  13. Estado emocional intensificado (Galina Solovey e Anatol Milechnin)
  14. Regressão atávica (Ainslie Meares)
  15. Psicoplasia acrescentada pela concentração total da mente (Marcelo Lerner)
  16. Teoria da neodissociação (Ernest R. Hilgard)
  17. Teoria do controle dissociado (Kenneth S. Bowers)
  18. Estado particular da mente (John Hartland)
  19. Estado de consentimento (David L. Scott)
  20. Eegressão psicológica topográfica (Michael R. Nash)
  21. Estado alterado de consciência (Charles T. Tart e Erika Fromm)22. Comportamento cognitivo (Theodore X. Barber)
  22. Modelo sociocognitivo (Nicholas P. Spanos)
  23. Hipnose como obediência e crença (Graham F. Wagstaff)
  24. Teoria do aprendizado social (Irving Kirsch)
  25. Modelo social-psicobiológico (Éva I. Bányai)
  26. Relaxamento hipnótico (William E. Edmonston Jr.)
  27. Sistema de comunicação influenciada (Michael D. Yapko)
  28. Abordagem interativa centrada no paciente (Milton H. Erickson)
  29. Modelo integrado de hipnose (Steven J. Lynn e Judith W. Rhue)
  30. Perspectiva do ecossistema aplicada à hipnose (David P. Fourie)
  31. Hipnose como compromisso cognitivo motivado (Peter W. Sheehan)
  32. Paradigma multidimensional (Theodore X. Barber)

Quão hipnotizado você fica durante a leitura de um livro ou assistindo um filme? E praticando uma atividade física? Já imaginou utilizar toda essa capacidade de processamento e foco para reprogramar seu subconsciente de forma que ele trabalhe alinhado com seus valores e objetivos sem que você precise “pensar” nisso o tempo todo? 

Cindy Carol Moreira

(Texto extraído de sua monografia, todos os direitos do texto ou parte dele são reservados à autora)

 

Recomendados para você: Atendimentos Terapêuticos e Coaching Integrativo 

Compartilhe com seus amigos:

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *